Seminário da EJE-RJ aborda temas relevantes para o futuro da Justiça Eleitoral

Evento faz parte da celebração dos 20 anos da Escola

Foto posada dos 11 participantes do evento. Eles e elas vestem roupas formais e estão enfileirad...

Na última sexta-feira (24), a Escola Judiciária Eleitoral do Rio de Janeiro (EJE-RJ) reuniu representantes da magistratura e estudiosos(as) para debater temas relevantes para o futuro da Justiça Eleitoral. O encontro fez parte da comemoração dos 20 anos da EJE-RJ, fundada em outubro de 2003, e foi realizado em parceria com a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj). A íntegra do evento está disponível no canal oficial da Emerj no YouTube.

Durante a mesa de abertura, o vice-presidente e corregedor regional eleitoral, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, ressaltou a importância dos temas debatidos no seminário para a democracia brasileira.

"Hoje vamos pensar o futuro, vamos discutir questões que possam interferir e aprimorar a Justiça Eleitoral", destacou o magistrado. "Este debate serve para mostrar à sociedade a importância do voto e do processo eleitoral", acrescentou.

O diretor da Emerj, desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo, também salientou a relevância da temática. "O evento visa debater questões contemporâneas da Justiça Eleitoral, como fake news, uso de inteligência artificial e justiça digital, por exemplo", declarou.

Também participaram da mesa de abertura do encontro o ex-diretor da EJE-RJ e presidente do Fórum Permanente de Direito Eleitoral e Político da Emerj, desembargador Fernando Cerqueira Chagas, e a atual diretora da EJE-RJ, desembargadora eleitoral Daniela Bandeira de Freitas.

Desafios contemporâneos da Justiça Eleitoral

O tema do primeiro painel do dia foi "Direito digital na Justiça Eleitoral". Ex-presidente do TRE-RJ, o desembargador Cláudio Luís Braga dell’Orto afirmou que o assunto está na ordem do dia. "O homo digitalis é um desafio para os operadores do Direito", declarou o magistrado, que presidiu o debate.

Presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o desembargador Samuel Meira Brasil Júnior resgatou a cronologia de avanços tecnológicos da Justiça Eleitoral, como a urna eletrônica, que garantiu a lisura e rapidez do processo eleitoral, e a justificativa de não comparecimento ao pleito, feita por georreferenciamento, por meio do aplicativo e-Título.

Palestrantes e debatedores ainda trataram de temas como o impacto das plataformas digitais e da inteligência artificial generativa no processo eleitoral, abordando questões como deep fakes, liberdade de expressão e uso de IA para elaboração de decisões judiciais.

Ex-diretora da EJE-RJ, a advogada Cristiane de Medeiros Brito Chaves Frota presidiu o segundo painel do dia, composto exclusivamente por mulheres, para abordar a vulnerabilidade de gênero e raça na Justiça. A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edilene Lobo expôs números que mostram como as mulheres, apesar de serem maioria da população brasileira e do eleitorado nacional, continuam sendo subrepresentadas na política, especialmente as mulheres negras.

"São números que revelam o racismo que estrutura a sociedade brasileira", avaliou a ministra Edilene Lobo. "A Justiça Eleitoral mostra estar na direção certa quando enfrenta a fraude à cota de gênero e a violência política contra as mulheres", declarou.

No terceiro painel do seminário, com o tema "Fake news e a Justiça Eleitoral", o desembargador André de Andrade e o promotor de justiça Guilherme Braga Peña de Moraes abordaram a desinformação e seus efeitos no processo eleitoral. Durante a análise, buscou-se entender a desinformação como fenômeno social, utilizando o conceito de "pós-verdade". Os participantes falaram, ainda, das punições a que estão sujeitas as pessoas candidatas que fizerem uso de notícias falsas no processo eleitoral.

Presidido pela ex-presidente do TRE-RJ e ex-diretora da EJE-RJ, desembargadora Jacqueline Lima Montenegro, o último painel do dia contou com a participação do professor da Universidade de Salamanca, Adán Carrizo González-Castell, que falou sobre o sistema eleitoral da Espanha.

O professor destacou o tema dos direitos humanos, tratado nas diversas palestras apresentadas. "Falamos de vulnerabilidades, de violência de gênero e de desinformação, por exemplo. O seminário poderia se chamar Justiça Eleitoral e Direitos Humanos", brincou Adán González-Castell.

A desembargadora eleitoral Daniela Bandeira, diretora da EJE-RJ, enalteceu a participação de todos os palestrantes. "Cada apresentação foi especial na construção do diálogo que precisamos ter sobre os temas atuais", disse. A magistrada enfatizou o trabalho desempenhado pela Justiça Eleitoral brasileira na esfera administrativa, como a organização dos pleitos e atendimento ao eleitor, além da atividade jurisdicional.

1/ Galeria de imagens

Duas décadas de serviço à Democracia 

"Esse seminário foi idealizado em comemoração às duas décadas de atividade da Escola Judiciária Eleitoral do Rio de Janeiro, que tem como uma de suas funções a capacitação e treinamento de magistradas, magistrados, servidoras e servidores", declarou a desembargadora eleitoral Daniela Bandeira, atual diretora da EJE-RJ.

O primeiro diretor da Escola, o desembargador Roberto Luis Felinto de Oliveira, também destacou a capacitação de magistrados(as) como uma função relevante da EJE-RJ. "Os magistrados eleitorais são transitórios e, muitas vezes, o Direito Eleitoral não é matéria obrigatória nas faculdades. Vem daí a importância da capacitação promovida pela Escola", assegurou o magistrado.

A diretora da EJE-RJ ressaltou, ainda, os projetos socioeducativos da Escola, que visam a promoção do exercício da cidadania, e os programas de produção acadêmica como atividades essenciais da Escola. "Essas ações talvez sejam o braço mais importante da Escola", garantiu a desembargadora eleitoral Daniela Bandeira. 

Até a segunda quinzena de novembro de 2023, a EJE-RJ promoveu 185 ações do programa "TRE vai à Escola", em que juízes eleitorais promovem palestras e oficinas de votação na urna eletrônica com foco na participação política dos jovens; 34 ações do projeto "Eleitor do Futuro", com foco em alunos do Ensino Fundamental, além de três ações do "Visitas ao TRE", programa lançado em agosto deste ano, que busca aproximar o Tribunal dos jovens universitários e estudantes de Ensino Médio.

Projetos

Ao longo de 2023, a EJE-RJ promoveu até o momento duas edições do projeto "#PartiuVotar". Na iniciativa, são realizadas palestras, oficinas com urnas eletrônicas e alistamento eleitoral em colégios de municípios com baixa adesão do eleitorado jovem, de 16 e 17 anos, grupo para o qual o voto é facultativo.

Foram realizadas ações do "#PartiuVotar" em Paty do Alferes, no Centro-Sul Fluminense, onde foram emitidos 309 novos títulos eleitorais de jovens com idades entre 16 e 20 anos, aumentando em quase 40% o eleitorado jovem da cidade. Já na segunda edição do programa, realizada em São José do Vale do Rio Preto, na Região Serrana, o saldo da ação foi de 230 novos títulos, o que representou um aumento de 35%.

Em março deste ano, antes de estruturar o projeto "#PartiuVotar", a EJE-RJ promoveu a "semana do jovem eleitor" na cidade de Rio Bonito, na Região Metropolitana. Essa foi a primeira vez que um projeto da Escola incluiu a realização de alistamento eleitoral nos colégios visitados. Ao todo, 47 jovens fizeram o primeiro título de eleitor. Assim como acontece no "#PartiuVotar", a escolha da cidade para receber o ação se deu pela baixa adesão do eleitorado jovem.

Além das ações de capacitação e dos programas educativos, a EJE-RJ também é responsável por publicações que fomentam o exercício da cidadania e o debate acadêmico. Para o público jovem a Escola oferece cinco cartilhas com temas como "A Justiça Eleitoral e o espírito da democracia" e "Bonde da Ética". Também são publicações da EJE-RJ a revista semestral "Justiça Eleitoral em Debate" e uma edição da Lei das Eleições comentada.

Para mais publicações e informações sobre os projetos socioeducativos, acesse o site da Escola Judiciária Eleitoral do Rio de Janeiro.

ícone mapa

Palácio da Democracia - Rua da Alfândega, 42 - Centro - CEP 20.070-000 - Tel: (21) 3436-9000

Edifício Des. Antônio Jayme Boente - Rua da Alfândega, 41 - Centro - CEP 20.070-000 - Tel: (21) 3436-9000

Ícone horário de funcionamento dos protocolos

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 19h

Horário de atendimento nos cartórios eleitorais : de 11h às 19h

Disque TRE-RJ: (21) 3436-9000 - Horário: 11h às 19h

Acesso rápido

Política de Privacidade

O Portal do TRE/RJ coleta dados (IP, acesso a links, sistema operacional, tipo de navegador, entre outros), por meio de cookies ou dos navegadores. A coleta é para cumprir obrigação legal, permitir melhor navegação ou para fins estatísticos. Para saber mais, acesse nosso Aviso de Privacidade. Já as regras de utilização da plataforma podem ser encontradas no Termo de Uso.

Gerenciar preferências

Gerenciar preferências

Usamos cookies para melhorar sua experiência, personalizar conteúdos e analisar o tráfego. Você pode gerenciar suas preferências abaixo e escolher quais categorias deseja permitir. Sua privacidade é importante para nós.